RELATÓRIO II – OFICINA 6 (UNIDADES 11 E 12 – TP 3)
No dia 04 de julho de 2009, aconteceu a segunda oficina do Gestar II – língua portuguesa, referente às unidades 11 e 12 da TP 3, na escola estadual Joaquim Felício dos Santos, em Diamantina.
Como nesse mesmo dia havia sido marcado sábado letivo em duas escolas do município, o número de cursistas presentes na oficina foi bastante reduzido. Apenas nove professores compareceram dos dezessete matriculados.
Além dos problemas das faltas, tivemos também problemas logísticos, pois uma das escolas em que estava marcada o sábado letivo era justamente onde ocorre a oficina do gestar. Funcionários da escola afirmaram não ter conhecimento sobre a realização da oficina naquele dia, não dispuseram dos equipamentos multimídia necessários, o que mostra que não há total comprometimento com o programa por parte de alguns de seus atores.
Apesar dos empecilhos, a oficina foi realizada com os recursos que tínhamos em mãos. No primeiro momento, fizemos uma breve retomada da oficina anterior relembrando os inúmeros gêneros e suas funções sociocomunicativas. Logo após, começamos a relacionar a teoria sobre tipos textuais aos gêneros.
Os professores cursistas demonstraram bastante familiaridade com os tipos textuais narrativos, descritivos e dissertativos. Já em relação aos tipos injuntivo e preditivo, declararam não ter conhecimento, mas apreenderam bem os novos conceitos e viram que não era algo desconhecido.
A segunda parte da oficina (e também a mais aguardada) foi o momento da socialização da prática pedagógica. Como o grupo estava menor, todos tiveram a oportunidade de relatar suas experiências.
Dessa vez, como o “avançando na prática” envolvia os tipos textuais, os professores puderam desenvolver práticas diversificadas. Pelo relato dos cursistas, pude perceber que não está havendo nenhuma dificuldade teórica na transposição didática. Mas o questionamento de um professor provocou uma reflexão em todo o grupo: os alunos não apresentam dificuldades em identificar grande parte dos gêneros textuais e até mesmo reconhecer sua função social. A grande dificuldade dos alunos encontra-se, principalmente, na ortografia e na estruturação semântica das frases, parágrafos e, por conseqüência, do texto como um todo.
Depois dessa discussão, chegamos à conclusão de que esse problema pode ser atenuado com o levantamento das principais dificuldades ortográficas. Já a parte semântica, requer um trabalho mais elaborado que terá resultados em longo prazo, acentuando-se a prática da leitura.
Um outro aspecto em comum levantado pelos cursistas foi a defasagem de aprendizagem dos alunos oriundos da zona rural (turmas multisseriadas). Como a maioria do grupo do gestar atua em escolas nos distritos, a realidade enfrentada por todos é bastante semelhante. Nos últimos anos, todos os cursistas têm notado uma queda em relação ao nível de aprendizagem dos alunos que chegam para cursar o 6º ano. Muitos, ou melhor, a maioria é promovida sem ao menos ter sido alfabetizada.
Essa reflexão rendeu muitos comentários e todos concordaram que é uma questão bastante relevante, que merece atenção especial.
O professor Marcelo Vinícius, que leciona na escola estadual Professor Gabriel Mandacaru, propôs a criação de um banco de atividades diversificadas de leitura, produção de texto e gramática, para que possamos compartilhar nossas experiências e divulgar as práticas que renderam bons resultados.
A avaliação da oficina foi, novamente, positiva. Principalmente, porque, dessa vez, conseguimos identificar algumas falhas em nossa atuação como educadores e até propor soluções viáveis para que essas deficiências sejam sanadas. Também chegamos ao consenso de que é preciso investigar as causas do baixo desempenho dos alunos na disciplina de língua portuguesa, principalmente, ao concernente à interpretação e produção de texto, para que assim, possamos intervir de forma consciente no processo de ensino-aprendizagem, alterando essa realidade.
Para finalizar a oficina, questionei os cursistas sobre o conceito de letramento. Após a fala de alguns professores, pude perceber que eles estão atentos a essa questão.
Os cursistas foram orientados a estudar as duas primeiras unidades da TP 4, a fazerem as atividades e a executarem o “avançando na prática” com seus alunos, trazendo o relatório para o próximo encontro. Eles também foram orientados a manter seus portfólios atualizados, contendo os relatórios e as cópias das atividades realizadas pelos alunos, já que esse é um dos requisitos para obtenção do certificado de conclusão do curso.
A cada encontro, avalio de forma mais positiva a metodologia do gestar e percebo o quanto é importante para os educadores compartilhar suas angústias, suas fraquezas, inseguranças e, acima de tudo, suas experiências que surtiram bons resultados, pois não há nada mais gratificante para um educador que o sucesso do seu educando.
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