Dia 31 de outubro de 2009: mais um encontro do Gestar II no município de Diamantina. Debaixo de uma chuvinha incessante começamos a explorar coletivamente o caderno de Teoria e Prática 6, que por sinal, deveria ter sido o último a ser estudado, devido a sua complexidade.
A TP 6 tem como eixo central o estudo da leitura e processos de escrita, assunto estudado anteriormente, que retorna agora desenvolvendo uma discussão sobre a argumentatividade na linguagem e também retomando a reflexão sobre as práticas de escrita e leitura.
Apesar de argumentar a todo momento, ao ver esse assunto sistematizado na TP 6, apresentando a organização textual que tem por finalidade convencer/persuadir o interlocutor, a diversidade de maneiras que temos para atingir o objetivo de convencer alguém de alguma idéia e mesmo alguns defeitos nos textos argumentativos, percebi que esse assunto é bastante complexo e merece uma atenção especial. Por isso, na primeira parte da oficina fizemos um estudo do texto "Ampliando nossas referências" e discutimos as formas como a argumentação vem sendo trabalhada em sala de aula.
A princípio, os professores afirmaram ter familiaridade com esse tipo textual, mas perceberam que o trabalho em sala de aula, muitas vezes, não surte o efeito desejado, já que muitos alunos tem grandes dificuldades em se expressar ou se posicionar diante de qualquer assunto, principalmente no que se refere ao texto escrito.
Uma sugestão que foi apontada durante essa discussão para trabalhar a argumentação em sala de aula foi iniciar com argumentação oral, escolhendo temas de interesse dos alunos em que eles precisem se posicionar. Temos como exemplo as regras de cada escola, como uso do boné em sala de aula, obrigatoriedade do uniforme, proibição de namoro nas dependências da escola, enfim, um série de outras questões que permeiam o ambiente escolar. No início, pode-se trabalhar apenas a argumentação oral e depois, passar para a argumentação escrita, sugerindo, inclusive, a criação de um manual do estudante, estatuto escolar, etc.
Na segunda parte da oficina, socializamos as atividades desenvolvidas no "Avançando na prática", que contemplava o planejamento da atividade até a avaliação. A maioria dos cursistas encontrou dificuldade em realizar as atividades, mesmo o tempo decorrido entre essa oficina e a última ter sido maior. Aproveitei para alertá-los sobre a importância do planejamento para estudo dos cadernos do Gestar e preparação das atividades com os alunos, pois sei das inúmeras atividades que eles desenvolvem paralelamente ao Gestar, mas se houver organização e planejamento o tempo é suficiente para tudo.
Os cursistas que apresentaram seus trabalhos escolheram trabalhar com o Avançando na prática que pedia ao alunos que relatassem um dia inesquecível em suas vidas, explicando o motivo. Ao analisar os textos produzidos, os professores preocuparam-se em observar a coerência e a coesão textuais, explicando aos alunos como revisar seu texto.
Durante o relato das experiências, percebemos que a proposta das unidades estudadas era mostrar elementos de reflexão e estratégias de atuação em sala de aula, relacionados ao processo de planejamento textual.
A atividade prática direcionada aos cursistas também estava relacionada ao processo de planejamento e revisão de texto. Como material de apoio, os cursistas tinham o trecho inicial do texto Espírito carnavalesco, de Moacyr Scliar, e deveriam dar cotinuidade a ele, em grupo, preocupando-se em anotar os procedimentos e tomadas de decisões produzidos durante a escrita.
Por incrível que pareça, o início do texto levou-os a tomar um mesmo rumo, escrevendo finais semelhantes para a história. Durante a explicação dos procedimentos utilizados para dar continuidade ao texto, os professores citaram a análise mais aprofundada do texto que já o direcionava para o final pretendido, como o título ("Espírito carnavalesco"). Diante desse título, os cursistas acharam justo que o marido caísse no samba ao invés de ficar em casa aguentando as reclamações de sua esposa. Outro fator para o qual eles atentaram foi o humor que deveria estar presente no desfecho do texto.
Após essa atividade, fizemos a avaliação da oficina e chegamos à conclusão de que atingimos o objetivo que era identificar estratégias relacionadas ao planejamento e à revisão durante a escrita de textos.
No momento final da oficina, apresentei aos cursistas as próximas unidades a serem estudadas: a unidade 23, que dá continuidade à prática de textos escritos, percorrendo as etapas de planejamento, escrita, revisão e edição textual; e a unidade 24, que vem falar sobre a literatura para adolescentes.
Após o almoço, realizamos uma oficina livre de verificação do andamento dos projetos.
Durante essa oficina, expliquei novamente as etapas para a elaboração do projeto interdisciplinar. Constatei que alguns cursistas já concluíram as atividades do projeto, faltando apenas organizar o material a ser apresentado no portfolio. Outros, estão com o projeto em andamento.
Aproveitei essa oficina livre para revisar junto com os cursistas alguns itens do guia geral, principalmente os que se referiam ao projeto. Assim, eles puderam ver como devem apresentar o projeto para fins de avaliação.
Combinamos que na próxima oficina, dia 14 de novembro, eles trarão o projeto todo organizado e, aqueles que já tiverem iniciado ou concluído, trarão também exemplares de atividades feitas pelos alunos.
Renata F. Ribeiro
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